Fabricantes de celulose e papel de Brasil e Argentina assinaram nesta quinta-feira em Buenos Aires um acordo que autorregula as trocas bilaterais destes produtos e propõe a busca comum de outros mercados.
O acordo, que na realidade prorroga por dois anos um convênio vigente desde 1999 e que estava a ponto de caducar, foi firmado pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e pela Associação de Fabricantes de Celulose e Papel da Argentina (AFCP), segundo informou em comunicado o Ministério argentino da Indústria.
O acordo 'compromete as partes a manter os níveis de abastecimento interno e a desenvolver políticas conjuntas de exportação a terceiros países', destacou o comunicado.
O convênio também foi assinado pela ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi; o subsecretário de Comércio Internacional da Chancelaria argentina, Luis María Kreckler, e o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Ênio Cordeiro.
'Este tipo de acordo reflete a real vocação de integração e complementação produtiva manifestada pelos Governos. Ambos países estão trabalhando em conjunto, no contexto da crise internacional, para preservar a produção local da concorrência desleal de produtos de outras regiões', disse Giorgi.
Segundo explicaram fontes da AFCP, o acordo prevê 'sustentar o volume de comércio bilateral alcançado, preservando-o das distorções emergentes dos desequilíbrios macroeconômicos, e desenvolver políticas conjuntas de exportação a terceiros países'.
Além disso, as partes se comprometem a 'assegurar as fontes de trabalho geradas pelo setor, incentivar o crescente desenvolvimento florestal na região e elaborar políticas conjuntas de proteção dos montes nativos'.
Com 33% das vendas totais da Argentina, o Brasil é o primeiro destino das exportações argentinas de celulose, que nos primeiros cinco meses deste ano totalizaram US$ 88,4 milhões, 14,8% mais em comparação com o mesmo período de 2010, de acordo com dados da empresa de consultoria privada IES.
O Brasil é, além disso, o primeiro fornecedor de papel e celulose ao mercado argentino, com operações de US$ 210 milhões nos primeiros cinco meses do ano, o que representa 38,5% das compras totais da Argentina.