Performance de 2011 preocupa companhias de papel e celulose

A questão econômica do setor de celulose e papel entrou no foco do debate da 6ª edição do RISI Anual Latin American Pulp and Paper Conference, nesta terça-feira (30/08), em São Paulo. Para a maioria dos executivos de grandes players, a indústria de celulose está perdendo competividade, pois atravessa dois tipos de pressão - a de custo – que acaba sendo positiva – e a tributária.  A maioria espera do Governo uma taxa de câmbio mais moderada e uma reforma tributária a curto prazo.

Antonio Maciel Neto, CEO da Suzano, avaliou no evento que realmente há um problema de inflação, mas nada que seja alarmante. “Não podemos comparar com a crise de 2008”. Segundo ele, com o atual cenário da Europa é nítido que haverá reajustes. No que diz respeito à exportação de celulose, Maciel diz que não há nenhuma grande retração”.  A China está crescendo menos, mas ficou durante 20 anos crescendo muito. É impossível manter esse ritmo”.  O cenário de recessão dos EUA, redução de estoques e crescimento de 1%, preocupa o setor. “Pode haver redução de volume, pois vemos um ano um pouco mais complicado”.

A Cenibra ainda não vivenciou nenhuma queda de impacto em sua economia. O CEO da companhia, Paulo Eduardo Brand, acredita que em curto prazo não haverá nenhum impacto, a não ser nos preços. “Temos sim uma incerteza no médio e longo prazo”. A companhia produz 5,4 milhões de toneladas de celulose, sendo que 25% é de fibra curta e 34% provém da fibra de eucalipto.

Para esse segundo semestre, o executivo acredita na queda da celulose, em função da demanda. “Temos vários pontos negativos que podem empurrar o preço para baixo. É difícil prever, porque não sabemos a evolução da economia europeia e americana”. Segundo ele, o cenário não é otimista. “Mas também não vejo um cenário catastrófico”, completa.

Já a Fibria aposta nos riscos. Marcelo Struffaldi Castelli, CEO da companhia,  segue a regra de preservar o caixa e manter o estoque.  “A regra é aguardar e não desesperar”. Segundo ele, há riscos, pois o real está apreciado e permanecerá, o que por outro lado é sinônimo de crescimento no País, principalmente nas classes C, D e E – que são as classes de consumo. “O Brasil está sendo a bola da vez. Estamos mudando a forma de fazer negócio”, exemplificando os 70% de arrendamento recente que a companhia fez em florestas no Mato Grosso do Sul. “A produtividade no local está melhor do que esperávamos, pois tivemos uma redução de gastos”. O empresário não citou valores.

Castelli acredita na consolidação natural do mercado, pois todos já vivenciaram um período bem pior em 2008, mas não no Brasil. “O País  está muito bem hoje. O consumidor está mais consolidado, mas é um processo natural que veio para ficar, dado o balanço do mercado”, destaca.

No México, a situação não é diferente, pois toda a economia do país vive o reflexo da economia  americana. “Vimos uma desaceleração das indústrias no México nos últimos dois anos. Não há uma depressão e nenhuma recessão, apenas uma desaceleração. Espero que em 2012 a economia americana se recupere e o México fique bem. Ainda é cedo para sabermos. Teremos que esperar”, diz Eduardo Posada, CEO Grupo Gondi.

Novidade
Segundo o Ceo da Suzano, Antonio Maciel Neto, a empresa anunciará até o final do ano algumas novidades. Entre elas investimentos em energia renovável.

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